O uso de drones pelas forças de segurança pode ter várias aplicações, desde a vigilância e monitoramento em áreas de difícil acesso até o apoio em operações de busca e resgate ou de combate ao crime. Eles foram adotados por 63% das 27 unidades da federação. É o que mostra a pesquisa da Escola de Direito do Rio de Janeiro, da Fundação Getulio Vargas (FGV Direito Rio) “Segurança Pública na era do Big Data: mapeamento e diagnóstico da implementação de novas tecnologias no combate à criminalidade”. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (29), no Rio de Janeiro.
O estudo resulta de análise de 2.412 reportagens e publicações de grande circulação no Brasil sobre o uso de tecnologias baseadas em dados pelas forças de segurança pública.
O levantamento indica que, logo após os drones, a ferramenta tecnológica com maior presença no país é a OCR (reconhecimento óptico de caracteres). A ferramenta está em uso em 44% das unidades da federação e muito usadas na leitura eletrônica de placas de carro, por exemplo.
Segundo a pesquisa, o reconhecimento facial está presente em 33% dos aparatos de segurança. Seguido das câmeras nos uniformes dos policiais, que já são usadas em 22% das forças de segurança. Já o policiamento preditivo é a aplicação de modelagem por computadores a dados criminais passados, de modo a predizer atividade criminal futura, utilizado em 7% dos estados.
Privacidade e Forças de Segurança
No entanto, o uso de drones por forças de segurança também pode gerar preocupações em relação à privacidade e aos direitos civis, especialmente se não houver uma regulamentação clara sobre o uso desses dispositivos.
Algumas das principais preocupações em relação ao uso de drones incluem o risco de vigilância excessiva, a coleta de dados pessoais sem o consentimento das pessoas envolvidas, e a possibilidade de uso inadequado ou ilegal dos drones.
Portanto, é importante que as forças de segurança utilizem drones de forma responsável. Além disso, as forças de segurança devem ser transparentes em relação ao uso de drones e estar abertas ao diálogo com a comunidade e com especialistas em privacidade e direitos civis.