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A versatilidade do Drone


Empresas dos Estados Unidos estão empregando aeronaves de pilotagem remota (drones) em números sem precedentes, à medida que seus usos avançam para além da fotografia aérea rumo ao mapeamento, coleta de dados e até rastreamento de suspeitos de crimes.

Com milhares de desenvolvedores agora criando apps para drones, em uma plataforma comum, a Administração Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos admitiu que subestimou severamente o número de drones comerciais em serviço. A organização antecipa agora que haja mais de 450 mil deles nos céus este ano, um total originalmente previsto para 2022.

Enquanto isso, analistas do banco Barclays estimam que o mercado mundial de drones comerciais crescerá em 1.000% ante os US$ 4 bilhões (R$ 16,7 bilhões) do ano passado, para US$ 40 bilhões (R$ 167,1 bilhões) dentro de cinco anos. Eles acreditam que o uso de drones resultará em uma economia de custos da ordem de US$ 100 bilhões (R$ 417,7 bilhões).

A ascensão do setor de drones comerciais surge no momento em que o mercado ao consumidor começa a parecer saturado. Tendo ganhado proeminência na década de 1980, inicialmente como tecnologia militar, os drones passaram por uma miniaturização na década de 2000, o que resultou em um mercado vibrante nos segmentos recreativo e de fotografia.

Agora, graças ao software e às grandes melhoras nas câmeras, sensores e tecnologia de processamento, a FAA diz que os drones comerciais parecem estar em “um ponto de inflexão, e à beira de demonstrar um forte estágio de crescimento”, que continuará “a se acelerar nos próximos anos”.

No setor de telecomunicações, onde trabalhadores precisam galgar postes traiçoeiros para conduzir inspeções, os drones estão sendo usados como recurso para realizar as observações necessárias do ar.

Em companhias petroleiras e de gás natural, as aeronaves sem piloto estão sendo usadas para conduzir as inspeções mensais de oleodutos, em substituição ao uso de helicópteros, cujas tripulações custam US$ 2,5 mil (R$ 10,4 mil) por hora de voo.

Em outros mercados, drones estão gerando dados sobre o clima, monitorando fronteiras, ajudando corpos de bombeiros a avaliar danos e auxiliando equipes táticas da polícia a rastrear suspeitos.

Para a principal fabricante mundial de drones comerciais, a DJI, sediada em Shenzhen, com uma participação estimada em 70% do mercado mundial, o mercado comercial está na mira dede 2017.

Primordialmente uma fabricante de drones recreativos, suas tecnologias foram aproveitadas inesperadamente por soldados americanos, no final da década de 2000, antes que o uso de seus produtos fosse proibido devido a preocupações quanto à segurança cibernética, o que forçou a empresa a mudar o foco de sua estratégia.

Mas o rápido crescimento do mercado e a multidão de novas aplicações apanharam de surpresa até mesmo a líder do mercado. As compras comerciais trouxeram expansão de 80% aos negócios da DJI no ano passado, mas a companhia nem sempre tinha em vigor os padrões e estruturas necessários a servir aos propósitos delicados de agências governamentais como o Departamento do Interior americano, que opera a maior frota de drones do país e usa produtos da DJI.

“Estamos encontrando um problema: o produto não foi projetado para atender às necessidades deles”, disse Mario Rebello, gerente regional da DJI na América do Norte, em um evento chamado DJI Airworks, em setembro. “Estamos sendo julgados pelas autoridades decisórias, pelos profissionais e pelos legisladores e outros, que desejam um produto que satisfaça aos seus padrões. Mas somos uma companhia que fabrica produtos de consumo”.

Outras empresas, porém, chegaram ao mercado de drones comerciais quase que por acidente, enquanto isso, e estão se adaptando a novas aplicações empresariais que os fabricantes nem consideraram, nem previram.

(com informações de Financial Times e Folha de São Paulo)